(Nuno Prata / Hélder Gonçalves)
Como se,
por fim, soubesse
aquilo que do amor se faz — mas
não sei bem.
Nunca sei,
visto que
vagueio em vão, só
no descrer
me demoro —
e se tu
fores meu chão?
Pois, tu
és o que me dás aos dias;
és o que cresceu em mim —
e ando eu tão perdida,
a ver
se sim…
Se o que sou
se confunde com o
que não dou,
quem vai ser capaz de
querer do amor
solução? Tu.
Tu,
naquilo que dás aos dias,
na soma do que és em mim
com o que me traz perdida —
a ver
se sim. |