(Carlos Tê/ Hélder Gonçalves; Manuela Azevedo)
eu quero furar a narina usar uma argola no umbigo tingir-me de purpurina e andar pela rua contigo
eu quero furar o mamilo tatuar um peixe no braço afirmar lá o meu estilo e demarcar o meu espaço
eu quero ser afro-zulu mostrar na pele o meu tabu
eu quero usar um brilhante nas nuvens do céu da boca mas a minha mãe não gosta porque é demasiado barroca
ela não sabe a angústia que a diferença me poupa não quero ser o zombie cinzento que ela tem no guarda roupa
eu quero ser afro-zulu mostrar na pele o meu tabu
quero ser afro zulu nativo-urbano-industrial mostrar na pele o meu tabu ser por direito um ser tribal
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