(Carlos Tê/ Hélder Gonçalves)
como garranos num prado como crianças no recreio sem culpa sem pecado sem decoro nem asseio
como cometas lustrosos numa overdose de luz como dois cristos formosos juntos e ao vivo na cruz
fomos amantes sem freio na curva dos dias derrapando sem receio na triste curva dos dias
como um poente na praia em queda livre de Outono como o dançarino da noite cheio de fumo e de sono
como o sonho adolescente que embate no mar real e deixa a paixão ardente perdida no areal
fomos amantes sem freio na curva dos dias derrapando sem receio na triste curva dos dias
como o acto teatral da peça que tudo diz um Shakespeare total onde ninguém fica infeliz
se assim se anuncia o fim acabar é então o preço só a tragédia é bonita só ela traz outro começo
fomos amantes sem freio na curva dos dias derrapando sem receio na triste curva dos dias
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