(Carlos Tê/ Hélder Gonçalves)
tu nunca choras ao ver sangue tu nunca sangras quando sofres guardas a dor dentro do cofre
se alguém decifra o segredo e se pica no teu ferrão azedo tu lambes-lhe o sangue do dedo
tu nunca choras ao ver sangue tu nunca ficas transparente és daquela raça tão rara que tem no olhar o gelo quente
se alguém te atinge o coração aguentas o baque de frente e sentes uma oscilação
defendes-te com uma paixão competente e incarnas tão impunemente a pele de um animal de sangue quente que ama a sangue frio
tu nunca choras ao ver sangue tu nunca ficas transparente és daquela raça tão rara que tem no olhar o gelo quente gelo quente quente e frio
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